A Rede Oblata é uma instituição que realiza o trabalho de acolhida, e para isso precisa estabelecer a aproximação com escuta ativa e qualificada, com olhar acolhedor e não julgador para as mulheres que exercem a prostituição. Nossas ações se conectam pela criação e manutenção de vínculos. Este contato social direto e a convivência vêm sendo prejudicados pela crise sanitária e agora estamos sob o impacto da nova variante do covid-19.
Com a chegada da Ômicron e o aumento do número de contaminações, com pessoas infectadas e mais mortes, enfrentamos grandes desafios: neste contexto foi necessário readequar os atendimentos presenciais. As atividades socioeducativas realizadas em grupo foram suspensas, e mais uma vez precisamos pensar formas de continuar. Estamos mantendo os atendimentos virtuais, os emergenciais presenciais por meio de agendamento e respeitando os protocolos orientados pelos órgãos de saúde.
O outro desafio enfrentado é o combate à desinformação, que tem sido a principal ferramenta do movimento negacionista antivacina. Este movimento tem ganhado força com representantes políticos, religiosos, artistas, dentre outros que se aproveitam do pouco conhecimento da população sobre o tema para disseminar informações falsas e distorcidas. A campanha antivacina também tem alcançado as mulheres assistidas pela Rede Oblata. Por isso, durante todo o período da crise sanitária enviamos ao nosso público diversas informações, pequenas formações em formatos de vídeos, áudios e materiais tratando sobre a importância de respeitar os protocolos de saúde. O uso de máscara, o distanciamento social e a necessidade da vacinação para todas as pessoas são temas compartilhados. Esses conteúdos visam estimular a leitura crítica sobre a realidade que estamos vivenciando.
Nossa visão para enfrentar a crise sanitária e de desinformação:
1- Entendemos que a vacinação é uma ferramenta coletiva para somar forças na resolução dos grandes desafios da pandemia causada pelo covid-19.
2- Observamos o quanto a crise sanitária, política, econômica e social têm agravado as desigualdades no nosso país.
3- Identificamos e tentamos minimizar os impactos desta sobreposição de crises na vida das mulheres atendidas pela Rede Oblata.
4- Reafirmamos que as mulheres nos mostram o caminho e por isso seguimos firmes no enfrentamento à desinformação.
O senso de adaptabilidade, luta por justiça social e desejo de superar este momento nos mantém de pé, unindo forças, buscando soluções e cumprindo nossa missão.
Colaboração: Alessandra Gomes e Iracema Oliveira – Rede Oblata Salvador | Força Feminina