Em homenagem ao fundador da Congregação das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, a Pastoral da Mulher, Rede Oblata em Juazeiro/BA, lançou o CINE SERRA.

O Cine tem como objetivo proporcionar momento de interação social e reflexão sobre temas como prostituição, gênero, desigualdade, cidadania, dentre outros relacionados às mulheres assistidas pela Pastoral.

Bilheteria do Cine Serra – Foto: Pastoral da Mulher – Rede Oblata em Juazeiro/BA

Padre Serra foi fundador da Congregação das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor e foi o primeiro a escutar a realidade, a dor e opressão das mulheres doentes, vítimas do fenômeno da prostituição em Madri. Habilidoso para buscar recursos, conectou-se com instituições, idealizou estratégias, usou de suas influências. Inclusive, apelou à Rainha, e como profeta, anunciou e denunciou o sofrimento das mulheres. Em sua caminhada encontrou uma esperança em seu caminho, Antonia Maria de Oviedo e Schönthal, a quem pediu ajuda. Juntos, ouvindo o chamado de Deus, abriram as portas da primeira casa em Ciempozuelos (Madri). 

O primeiro filme exibido foi “O que a vida fez da gente, o que agente fez da vida”, documentário produzido pela Unidade Diálogos pela Liberdade, que aborda a trajetória de 7 mulheres no exercício da prostituição revelando um outro lado de suas vidas que vai além dos estereótipos, dos preconceitos e dos julgamentos.

“As mulheres são parecidas né, parece que foram pra essa vida fugindo, será se é pelo fato de sofrerem, elas todas falaram sobre algo que passaram de violência, fez eu lembrar que também passei por isso e nunca contei pra ninguém até que casei, casei pra não passar mais por aquilo e contei pro meu marido mas ai ele começou a jogar na minha cara o que tinha acontecido e ainda me agredia, é…  saí de uma violência pra ir pra outra”

Para Maria Karoline, educadora social que acompanhou a atividade, 

“a primeira edição do Cine Serra permitiu que as assistidas presentes se reconhecessem nos relatos trazidos pelas personagens do curta. Foi possível ver a expressão facial das telespectadoras a cada narrativa. Havia nelas uma espécie de acolhida e solidariedade nascida num lugar da experiência e da possibilidade de se conectar com vida da outra mulher. Esse espaço criado com intuito de trazer reflexão e interação permitiu que fossemos além, proporcionou às mulheres uma segurança e o conforto de trazer questões pessoais, onde após o filme cada uma delas se sentiu à vontade para trazer fatos sobre suas próprias histórias que até então eram desconhecidos da equipe.”

“Me reconheci na história da Kátia, o que ela passou no tráfico eu não passei mas o que ela fala sobre o que a prostituição trás de ruim eu sinto igual.”

Publicado originalmente no blog da Pastoral da Mulher – Rede Oblata em Juazeiro/BA