A temática da violência contra a mulher faz parte dos conteúdos trabalhados pela Rede Oblata em suas unidades no Brasil e no mundo. No mês de agosto, acentuamos algumas ações de alerta, informação e denúncias focadas no enfrentamento à violência doméstica. O público atendido pelas obras sociais Oblatas é composto por mulheres, em sua maioria negras ou pardas, com baixa escolaridade, em contexto de prostituição e vulnerabilidade social. Em pesquisa realizada no ano de 2017, foi possível perceber que existe uma lacuna de entendimento sobre o que é violência.

Os resultados dessa pesquisa estão presentes no artigo «Violência contra mulheres que exercem a prostituição: breve mapeamento entre mulheres atendidas projetos sociais das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor no Brasil», escrito por Vitor Lopes Costa e Lúcia Alves da Cunha, e publicado no livro Prostituição: Mudanças, autoimagens, confrontações e violência. Esses dados estão concentrados em dois temas principais: violência doméstica e violência no ambiente prostitucional. Também traça o perfil dessas mulheres a partir das variáveis: idade, raça e escolaridade.

“Salta aos olhos a quantidade de entrevistadas que sofreram violência fora dos espaços de prostituição, ainda no lar […]»

(Lucia Alves e Vitor Costa)

Mês lilás em Juazeiro da Bahia

O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – Juazeiro/BA realiza atividades referentes à campanha do Agosto Lilás levando informação para a população. A Pastoral da Mulher – Rede Oblata em Juazeiro – esteve presente no evento através de suas conselheiras, Fernanda Lins (coordenadora) e Fernanda Nunes, somando forças ao momento.

Crédito/Foto: João Pedro Soares/PMJ

Para Fernanda Nunes, psicóloga da Pastoral da Mulher e suplente do CMDDM, «a ação foi importante devido à necessidade de levar informações sobre as instituições de atendimento à mulher em contexto de violência e os números necessários em caso de emergência.»

As ações continuam até o mês de setembro nos residenciais do município, através de panfletagem, atendimentos e acolhida. A Pastoral da Mulher também realizará ações em sua sede com as mulheres assistidas através de atividades informativas, oficinas e rodas de conversa.

Fernanda Nunes – Crédito/Foto: João Pedro Soares/PMJ

Agosto Lilás e as mudanças da Lei Maria da Penha

O bate-papo «Agosto Lilás e as mudanças da Lei Maria da Penha» aconteceu no dia 23 de agosto, no espaço CRAS CEASA, em Salvador/BA.

Atendendo a um convite da coordenadora Aline Mendes, a educadora social da Unidade Oblata Força Feminina, Iracema Oliveira , marcou presença e compartilhou conteúdo na roda de conversa que tratou da importância da mobilização e reflexão gerada a partir do Agosto Lilás e o enfrentamento às violências contras as mulheres.

Ilaiale e Iracema Oliveira – Crédito/Foto: Equipe Cras Ceasa

«Foram apresentadas as principais mudanças da Lei Maria da Penha nesses 16 anos de história. Debatemos também sobre a importância da representação política para real aplicação da lei e para efetiva proteção às mulheres vítimas de violência. Refletimos juntas sobre estratégias coletivas para apoiar vítimas de violência, inclusive autoavaliando posturas nas quais reproduzimos machismo. Compartilhamos nossas experiências e nossas esperanças de que em algum momento as mulheres possam alcançar a liberdade plena.» 

E, é claro que a Revista Sensibla chegou às mãos da equipe CRAS CEASA!

A Lei Maria da Penha está ao lado das mulheres

As mulheres que sofrem violência não falam sobre o problema por um misto de sentimentos: vergonha, medo, constrangimento. Os agressores, por sua vez, não raro, constroem uma autoimagem de parceiros perfeitos e bons pais, dificultando a revelação da violência pela mulher. Por isso, é inaceitável a ideia de que a mulher permanece na relação violenta por gostar de apanhar. (Texto do Instituto Maria da Penha)

Resumo da Lei – Saiba quais são os principais dispositivos da Lei n. 11.340/2006 e os direitos garantidos pela legislação que protege as mulheres contra a violência doméstica e familiar.