Diante da grave crise socioambiental, a Igreja nos convida a uma conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra, em um compromisso concreto com a justiça social e ecológica.

Imagem do cartaz CF 2025/CNBB – 13 de Abril é Domingo de Ramos e Coleta Nacional da Solidariedade

A Campanha da Fraternidade 2025, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), traz um tema essencial para os tempos atuais: “Fraternidade e Ecologia Integral”, com o lema inspirado no livro do Gênesis:

“Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

Neste sentido, os projetos coordenados pelas Oblatas do Santíssimo Redentor, que acompanham mulheres em contextos de prostituição e vulnerabilidade, encontram na Campanha da Fraternidade um convite à reflexão e ação transformadora. A relação entre a mulher e a Terra é ancestral e profunda. Historicamente, as mulheres têm sido guardiãs da vida e do meio ambiente, liderando as relações de cuidado com a família, a natureza e preservação dos saberes tradicionais.

No entanto, assim como a natureza tem sido explorada e violentada, muitas mulheres, principalmente aquelas em situação de pobreza, sofrem a exploração e a opressão de um sistema que usa, degrada e destrói.

Mulheres, vulnerabilidade e ecologia integral

A Ecologia Integral, proposta pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato Si’, nos ensina que tudo está interligado: a degradação ambiental está diretamente conectada à injustiça social.

««LAUDATO SI’, mi’ Signore – Louvado sejas, meu Senhor», cantava São Francisco de Assis. Neste gracioso cântico, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços: «Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras».» CARTA ENCÍCLICA SOBRE O CUIDADO DA CASA COMUM

Infelizmente, são muitas as mães e irmãs que sofrem e perdem as suas vidas para o feminicídio. No caso das mulheres que vivenciam a prostituição, conjugada com a violência e a pobreza, frequentemente também enfrentam condições desumanas, marcadas pela falta de moradia digna, de alimentação adequada e de acesso a direitos básicos. Muitas acumulam em suas trajetórias os impactos das mudanças climáticas, do desmatamento e da poluição, vivendo em regiões precárias.

Esse contexto reforça a atualidade da missão Oblata ao atender e defender os direitos humanos dessas mulheres, promovendo autonomia, bem-estar e inclusão social. A conexão com o tema da Campanha da Fraternidade 2025 se dá na defesa de um mundo onde todas as vidas sejam respeitadas e valorizadas. O trabalho com as mulheres é um ato de cuidado com a Casa Comum, pois busca restaurar relações de justiça e equidade.

Nos dias 22 e 23 de março, Emília Cordeiro e Fernanda Lins (Pastoral da Mulher – Rede Oblata em Juazeiro/BA) participaram do Encontro Diocesano de Formação sobre a Campanha da Fraternidade 2025, realizado no Centro de Treinamento de Líderes em Carnaíba do Sertão, com a assessoria do padre Jean Poul Hansen, Secretário Executivo de Campanhas da CNBB, e de Roberto Malvezzi, assessor das Pastorais Sociais.

Seguindo o método ‘Ver, Julgar e Agir’, ao final da formação, as pessoas participantes puderam apresentar algumas propostas de ações, partindo da realidade local, para que a transformação começasse em suas comunidades, paróquias, pastorais e no dia a dia de cada um e cada uma.

Caminhos para a Transformação

Ao assumir um compromisso real com a justiça socioambiental, denunciando as injustiças e promovendo ações concretas para transformar a realidade, a Congregação Oblata continua investindo em iniciativas que garantam dignidade às mulheres, oferecendo espaços de escuta, formação e fortalecimento da autoestima, além de ampliar o debate sobre as desigualdades e enfrentamento à violência.

Cuidar da Terra é também cuidar das mulheres, é garantir que todas as vozes sejam ouvidas, todas as vidas sejam protegidas e relações sejam restauradas.

Que possamos viver a Quaresma como uma oportunidade de reflexão, denúncia e ação, promovendo um futuro onde a Casa Comum e seus habitantes possam viver em harmonia e dignidade. Como nos ensina o Papa Francisco: «Não há ecologia sem uma adequada antropologia» (LS 118) – somos chamadas a transformar não apenas nossas atitudes com o meio ambiente, mas também nossa forma de nos relacionarmos como seres humanos.

Acesse os materiais da Campanha da Fraternidade 2025.

Por Assessoria de Comunicação – Rede Oblata Brasil