Em março, a Rede Oblata Brasil se uniu ao chamado global da ONU Mulheres em defesa dos direitos, da igualdade e empoderamento feminino. É tempo de honrar todas aquelas que escreveram nossa história de resistência e ressaltar que continuamos firmes na luta pela justiça social, com ações diárias e locais.

Há 30 anos, a Declaração e Plataforma de Ação de Pequim reforçou ao mundo que os direitos das mulheres são direitos humanos. Parece óbvio, mas ainda hoje seguimos na defesa de direitos, sempre ameaçados. É uma causa urgente, contínua e cada vez mais necessária, especialmente ao considerarmos mulheres invisibilizadas, que enfrentam violências e exclusões históricas.

Lembramos com gratidão e muito orgulho de Madre Antonia, fundadora da Congregação das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, uma mulher muito à frente de seu tempo, cuja fé, compromisso e compaixão com as mais vulneráveis a impulsionaram a romper barreiras e lutar pela vida e dignidade de mulheres excluídas e estigmatizadas pela sociedade. Seu legado segue vivo na atuação de cada um dos 16 países onde se encontram unidades Oblatas no mundo, com projetos sociais compostos por religiosas e profissionais comprometidas com a defesa dos direitos humanos das mulheres em contextos de prostituição e/ou ameaçadas pelo tráfico de pessoas e exploração sexual.

Reunimos atividades significativas, e cheias de simbolismo, promovidas por unidades da Rede Oblata Brasil, reafirmando que a transformação social começa com escuta, cuidado e empoderamento feminino, passando também pelas ações de bem-estar e mobilização social.

Caminhar, conscientizar e fortalecer

A Pastoral da Mulher – Rede Oblata em Juazeiro (BA) foi presença ativa em diversos eventos que mobilizaram a cidade em torno dos direitos das mulheres.

Destacamos para a parceria com a Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher e Advogada da OAB/BA, com o reconhecimento da importância do trabalho conjunto no enfrentamento à violência doméstica e na promoção do protagonismo feminino. A Dra. Isaura Portugal, presidente desta Comissão e idealizadora dos projetos, ressaltou que

este trabalho só é possível graças ao empenho e dedicação incansáveis de toda a equipe envolvida. Cada um dos membros da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher e Advogada é fundamental para que alcancemos nossos objetivos. Sou grata pela parceria, pelo comprometimento e pela força coletiva que tornam nosso trabalho mais relevante. Vamos seguir juntas, fortalecendo ainda mais a luta e o protagonismo feminino!

Entre as ações de impacto, ocorreu a 34ª Caminhada da Mulher – Por todas as meninas e mulheres de Juazeiro, iniciativa que reuniu forças em defesa dos direitos e da visibilidade feminina nos espaços públicos.

Também marcou presença a corrida solidária “Ela corre, ela conquista”, organizada pelo Projeto Mulheres que Treinam, com participação da Pastoral da Mulher. As mulheres puderam participar em duas modalidades: caminhada de 2km e corrida de 5 km com público estimado em cerca de 720 mulheres inscritas.

Para a educadora social, Francisca, que participou da corrida,

o evento foi uma iniciativa inédita na cidade que mobilizou e uniu mulheres por uma rede de solidariedade, empatia, proteção e companheirismo, dando visibilidade às causas femininas e fomentado a sororidade neste universo.

Outro momento simbólico foi o Bingo Mulher, um encontro lúdico e reflexivo com assistidas da Pastoral, trazendo à tona marcos históricos da luta pelos direitos das mulheres. A atividade valorizou a informação e a memória coletiva como ferramentas de resistência, destacando pautas como os direitos trabalhistas, o combate aos retrocessos sociais e a importância da organização coletiva.

Reflexão, afeto e reconhecimento

A unidade Diálogos pela Liberdade – Rede Oblata BH promoveu, no dia 18 de março, um encontro com assistidas, marcado por leveza, alegria e profundidade.

Com bingo, lanche especial, brindes personalizados e muito acolhimento, o momento foi uma oportunidade de reforçar a escuta e promover reflexões sensíveis sobre a condição feminina.

O encontro foi guiado pelo texto da educadora social Caroline Tavares, que compartilhou um depoimento potente e afetivo:

«Ser mulher não é uma tarefa fácil.
Só uma mulher sabe o peso de precisar provar a própria capacidade inúmeras vezes, e nem por isso deixa de ter uma linda existência.
Lidamos com hormônios que nos fazem sentir coisas que a gente sequer sabe dar nome.
Crescemos seguindo regras que nem sabemos por quem foram criadas.
Vivemos sob olhares de avaliação e julgamentos.
Fomos induzidas a acreditar que precisamos disputar espaço…
Como se já não fôssemos criadas únicas e perfeitamente cabíveis no lugar que quisermos ocupar.
Não te perturba pensar que as mesmas mãos delicadas que dão carinho, muitas vezes carregam o mundo?
Que o mesmo ser capaz de transformar qualquer abraço em abrigo, espaço em lar e espalhar cheiro de bolo quentinho na memória dos netos, também é responsável pelo sustento de mais de 49% das famílias do nosso país?
Ser mulher é viver sempre com a tarefa de criar um caminho melhor para as próximas e honrar as que já trilharam.»

Como diz Rupi Kaur:

“Me levanto
sobre o sacrifício
de um milhão de mulheres que vieram antes
e penso
o que é que eu faço
para tornar essa montanha mais alta
para que as mulheres que vierem depois de mim
possam ver além.”

Durante a atividade, foi distribuído o material “Diário de uma mulher exausta: com luta e afeto, juntas pelo direito ao bem viver”, do projeto parceiro Casa das Marias, reforçando a importância do autocuidado e da solidariedade entre mulheres.


Em 2023, considerando os domicílios particulares permanentes do País, havia mais domicílios com pessoa responsável do sexo feminino (40,2 milhões) que do masculino (37,5 milhões). A prevalência de domicílios com chefes mulheres passou a ocorrer, conforme a PNAD Contínua, a partir de 2022.”

Fonte: RASEAM 2025, página 23, seção «Características dos domicílios e mulheres responsáveis por eles»​

As mulheres assistidas pela Rede Oblata, são também provedoras do lar, de suas filhas e filhos. A cada roda de conversa, atendimento individual, parceria institucional ou acolhida, reafirmamos nosso compromisso com a vida, a dignidade e a transformação real, passo a passo.


Confira mais ações no instagram da Rede Oblata Brasil

“Para TODAS as mulheres e meninas: Direitos. Igualdade. Empoderamento.” Este é o tema lançado pela ONU Mulheres para o 8 de março de 2025.