As Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor celebram a presença das mulheres no Dicastério para os Bispos, que antes era um Conselho exclusivamente masculino. Nesta quarta-feira, 13, o Santo Padre nomeou as Irmãs Raffaella Petrini F.S.E., secretária geral do Governorato do Estado da Cidade do Vaticano, e Yvonne Reungoat, F.M.A., ex superiora geral das Filhas de Maria Auxiliadora; além da doutora Maria Lia Zervino, presidente da União Mundial das Organizações de Mulheres Católicas.
“Estou aberto para que seja dada a oportunidade”, havia antecipado o Papa Francisco na entrevista à Phil Pullella, da Agência Reuters.
As mulheres marcam presença no cotidiano da Igreja, seja nas pastorais, nas paróquias, nas comunidades ou obras sociais, e apesar do aumento de cerca de 6% da presença feminina na última década na Cidade do Vaticano, conforme dados da Santa Sé, ainda temos pouca representatividade. Por isso, cada avanço é uma vitória e abre novas perspectivas.
O papa Francisco vem enfrentando a resistência a essa reforma da organização política desde 2013, quando se propôs a trazer mais mulheres em cargos relevantes para a Igreja. Como religiosas consagradas, e agentes na luta por justiça social atuantes na defesa dos direitos humanos das mulheres, entendemos esse movimento como um grande passo em nossa jornada, trazendo a participação feminina para concretizar ações de inovação e renovação da Instituição Católica. Isso também indica a assimilação da sinodalidade como modo de ser e de viver da Igreja, em comunhão e corresponsabilidade.
Na entrevista à Reuters, o Papa também anunciou que vislumbrava no futuro a possibilidade da nomeação de leigos à frente de Dicastérios como Leigos, Família e Vida, para a Cultura e para a Educação, “ou a Biblioteca, que é quase um dicastério”.
Francisco recordou ainda ao jornalista que em 2021, pela primeira vez, havia sido nomeada uma mulher para o cargo número dois do Governatorato da Cidade do Vaticano, a Irmã Raffaella Petrini, hoje membro do Dicastério para os Bispos. Mas também a Irmã Nathalie Becquart, religiosa francesa das Irmãs Missionárias Xavierianas, subsecretária do Sínodo dos Bispos, e irmã Alessandra Smerilli, das Filhas de Maria Auxiliadora, número dois do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Enquanto no Dicastério para os religiosos é subsecretária a irmã Carmen Ros Norten.
Entre as mulheres leigas que já ocupam cargos de alto nível no Vaticano, além da Irmã Petrini, estão Barbara Jatta, a primeira diretora dos Museus Vaticanos, Linda Ghisoni e Gabriella Gambino, ambas subsecretárias no Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida; a professora Emilce Cuda, secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, Nataša Govekar, diretora da Direção teológica-pastoral do Dicastério para a Comunicação, e Cristiane Murray, vice-diretora da Sala de Imprensa da Santa Sé. E em janeiro de 2020, uma mulher foi nomeada pela primeira vez subsecretária da Seção da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados e as organizações internacionais, Francesca di Giovanni, responsável pelo setor multilateral. Todas foram nomeadas pelo atual Pontífice.
Outros membros nomeados
Os outros membros nomeados são: Anders Arborelius, O.C.D., bispo de Estocolmo (Suécia); José F. Advincula, arcebispo de Manila (Filipinas); José Tolentino de Mendonça, arquivista e bibliotecário da Santa Igreja Romana; Mario Grech, secretário geral do Sínodo dos Bispos; os bispos cuja nomeação como cardeal foi anunciada recentemente: Arthur Roche, prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos; Lazzaro You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero; Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha (França); Oscar Cantoni, bispo de Como (Itália); Dom Dražen Kutleša, arcebispo de Split-Makarska (Croácia), e Dom Paul Desmond Tighe, secretário do antigo Pontifício Conselho para a Cultura; padre Dom Donato Ogliari, O.S.B., abade da Abadia de São Paulo fora-dos-muros e administrador apostólico da Abadia Territorial de Montecassino (Itália).
Fonte: Vatican News – 13 julho/2022
Para consulta:
Art. 131
O Dicastério procura aprofundar a reflexão sobre a relação homem-mulher na sua respetiva especificidade, reciprocidade, complementaridade e igual dignidade. Oferece a sua contribuição para a reflexão eclesial sobre a identidade e a missão da mulher e do homem na Igreja e na sociedade, promovendo a sua participação, valorizando as peculiaridades femininas e masculinas e também desenvolvendo modelos de liderança para a mulher na Igreja.
Constituição Apostólica – Prædicate Evangelium sobre a Cúria Romana e o seu serviço à Igreja no mundo (Papa Francisco)